O único
caso em que o
nacionalismo é bem vindo
é quando há a necessidade
de defender ,por alguma
razão,os interesses nacionais.Fora isso
nacionalismo é
idealização(de direita)que serve
aos propósitos conhecidos de manipulação das massas.
Não há
nenhuma teoria capaz
de dar conta
de todas as nações
do mundo. Quanto mais
eu estudo esta questão
mais me convenço de que Marx e
Engels ,quando falavam
em comunismo ,se referiam à Europa
Ocidental,industrialmente
desenvolvida.Para eles,e isto
se verifica na
abordagem que os
dois fizeram sobre a
América Latina(Bolívar),os outros
povos eram “
sem história”,povos caudatários
da Europa Ocidental.
Eles padeciam
dos mesmos problemas de muitos intelectuais europeus
de sua época:o eurocentrismo.
Hoje,no entanto,o
mundo possui 125
países,prontos para crescer
e se desenvolver e
a questão da
difusão do comunismo sofre uma
modificação,mas não só
quanto à complexidade
das nações.Quanto,também ao
fato de que o espaço
nacional não foi considerado pelos fundadores
do marxismo.
Dentro da
concepção materialista
,somente a mediação
do trabalho era
o “ local”
de libertação do
homem.Marx e Engels,como seus
seguidores,não tinham noção da autonomia da
cultura e das idéias
como igualmente mediações
inelutáveis de libertação.
Embora , como eu
já disse
antes,tivessem consciência da necessidade de preparação
dos trabalhadores , esta só se
referia aos ganhos reais que preparavam a revolução,não
havendo por parte
deles uma visão
cotidiana dos valores,a
cultura como finalidade
em si,que poderia jogar
um papel muito
maior do que eles
imaginavam,podendo ,inclusive,barrar a revolução.
Gramsci aprendeu
a duras penas o
significado decisivo da
nação também para os trabalhadores,quando atuava
no jornal “Ordine Nuovo”.Certa
ocasião,no contexto de uma greve,ele
disse que o espaço
nacional do proletariado
era a fábrica.Que a fábrica
reunia os elementos de
vivência cultural dos operários
,o que ficou imediatamente desmentido(causando danos
à sua liderança),quando os
mesmos foram para
casa resolver as
suas necessidades materiais e culturais.
Progressivamente
o movimento comunista
notou que não
só os operários
deveriam considerar a nação
como campo de luta,mas que ele
não era só uma mediação tática,mas uma finalidade ,porque não era mais possível desconsiderar
os valores contidos
na nação,as relações
entre as classes
e que não
haveria revolução se não
se considerasse o
problema nacional.
Mudar a penas
as relações de
trabalho não dá
conta das complexas
realidades nacionais de cada país.
Nós vimos
como as relações
sino-soviéticas azedaram por
causa de questões
nacionais.Na hora H as
exigências de legitimação interna dos comunistas chineses foram
mais importantes do quem a teoria,que exigia uma
reavaliação do papel d e Stálin.
O s caminhos
da URSS,de Cuba e da China,mostram que a
exigência de legitimação
de poderes repressivos,totalitários,recorre inevitavelmente ao
nacionalismo,à idealização.Mas
esta seria de direita?
Para mim esta
idealização atende aos interesses
de legitimação política ,num
contexto de exacerbação do
programa social e por
isso ele guarda diferença
com o nacionalismo de direita.Mas
ambos são ruins.
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