Esta frase,do
último artigo,é de
Guevara.Ganha a batalha
da Revolução Cubana,havia,segundo ele,que construir o “
homem novo,sem o quê
a Revolução não
teria sentido”.
Contudo,no pensamento de
Marx,a revolução começa,tanto no plano
subjetivo como no
objetivo,no interior
da sociedade capitalista.O
Partido Social-Democrata Alemão preparou a classe
operária para o
momento da tomada do poder.Esta
preparação não
é apenas quanto à
técnica da Revolução,mas
é uma mudança
na consciência dos
trabalhadores não só na
direção de reconhecer o seu
estado de exploração,mas também para se preparar para
o usufruto da
sua libertação.
De nada
adianta chegar ao comunismo
com uma mentalidade
distorcida,quiçá
influenciada pela visão
dinheirista e antisolidária que
o capitalismo incute
muitas vezes no
operário.Não adianta chegar
ao comunismo sem
ter uma visão
consequentemente solidária,construida
na luta,nos anos
anteriores.
Deste modo, fazer uma revolução sem
esta preparação prévia
é reproduzir no
interior dela os
problemas do capitalismo
que já deviam
estar superados e que
uma vez
que continuam, atrapalharão a marcha
para o comunismo,senão mesmo a
impedirão.
A
experiência demonstra que
as revoluções comunistas(na
minha opinião não o são-falarei
em outro artigo),para prosseguirem
diante desta dificuldade essencial,usaram dos
mesmos aparelhos repressivos
do antigo regime,o
que as descaracteriza como
revoluções,mas modalidades do
fenômeno a que eu
já me referi antes,a
reação termidoriana.
Uma das
modalidades é esta,mas
existem outras,que eu
considero mais afeitas a
definir no que
se tornou a Revolução
Cubana.Cuba não é igual
à Rússia ou à China.Ela descambou
para uma solução
nacional.Às vezes ,diante
da falta de fundamentos,a
queda no antigo
regime se faz em
termos de um
nacionalismo,que pode pender
para a direita ou para a
esquerda,podendo ser simplesmente
autoritário ou francamente
totalitário.
O nacionalismo de Getúlio
foi da direita para a
esquerda.O de Perón
ficou sempre à direita.O nacionalismo Chinês é de esquerda,embora com
francas concessões ao capitalismo.
Em Cuba
nós vemos um nacionalismo totalitário,tipicamente latino-americano.Aqueles intérpretes que
vêem o nacionalismo
como reacionarismo,chamam este
tipo de situação de
“ contra-revolução” e dentro dos
critérios que eu coloquei
no artigo sobre
o Termidor,eu devo
discordar.
Cuba é uma
exacerbação do pensamento de esquerda.Ele pode
,eventualmente, favorecer à contra-revolução,mas indiretamente,pelos erros
de uma politica de cima para
baixo,um programa popular de
cima para baixo.Ela está
mais afeita ao Stalinismo.
É justo
e de se ressaltar
que nenhuma criança
durma na rua,mas
quando crescer esta
criança protegida pelo
estado vai viver num
nível de pobreza que
viveria num país
capitalista e neste sentido ,como
eu falei,indiretamente,os excessos
acabam por provocar
as mesmas mazelas do capitalismo.
Se se olhar
aquele mesmo artigo,veremos os
elementos de análise que
mostram como não existe
no pensamento de Marx,”
Revolução Nacional”.A queda neste
nacionalismo apresenta os mesmos
problemas de uma tal “
Revolução”(que para mim
não o é também).
A impossibilidade do Che
de fazer a
industrialização de Cuba
é explicada por
todo este caminho
tortuoso.A necessidade de exercer um
governo totalitário para preservar a “ Revolução”,diminui um
elemento decisivo de todo o progresso
material:a liberdade espiritual e
educacional de criar,de inventar.
Nós vemos
que no desenvolvimento
altamente cruel da
sociedade industrial ocidental,apesar das excudências,que devem
ser denunciadas,a liberdade
para qualquer um
inventar existia(até Marx reconhecia isto).Os exemplos são
muitos:Papin,James
Watt,Edison,todos analfabetos que
,inventando ,produziram progresso
material e espiritual.
Fazer uma
revolução sem os
paradigmas básicos, causa
estes impasses e ,embora Guevara fosse um
dos mais consequentes
revolucionários
marxistas,faltava a ele ainda
uma coisinha a
mais,que nem a capacidade de investimento da URSS seria
capaz de solucionar.
A uma
revolução feita assim
é preferível uma
atitude nacional,de
compreensão das necessidades
nacionais,sem nacionalismo.
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