A palavra
revolução designa muitas
coisas.Depois de Hannah Arendt,
o seu significado
é muito variado.Mas também
a época midiocrática
em que vivemos,demonstra não
poucas vezes ,o quanto
um simples comportamento
pode mudar a
vida social,pela difusão
dos conceitos eventuais
que ela emite.
Não se
pode falar em revolução sexual
sem tocar no
cinema,na história do
cinema,principalmente
estadunidense,que foi desnudando
progressivamente a mulher notadamente.
Os conceitos
foram mudando na medida
em que os
homens e mulheres
públicos ou notórios(ou famosos)agiram com mais e
mais liberdade.
Assim sendo não
há uma diferença
tão grande entre Guevara
e Marylin Monroe.Claro
que diferenças existem,mas ambos operam
mudanças que alteram
em 360 graus
o comportamento cotidiano
das pessoas,seja num
determinado país ,como Cuba,seja no
dia-a-dia do mundo todo e na alcova
também.
O que
mudou foi que a
revolução não é só
um fenômeno categorialmente político,mas
cultural.As revoluções comunistas
sempre privilegiaram o fuzil.Mao-tsé-tung consubstanciou esta assertiva quando,um
dia,disse que a revolução
residia na ponta de um fuzil.Ao
fazê-lo cristalizava o
pensamento médio do
revolucionário comunista no século
XX.
Geraldo Vandré,no
Brasil,foi muitas vezes
ridicularizado pelos comunistas,por achar
que sua música
seria capaz de
fomentar uma revolução.Contudo , todos tiveram,no
final das contas,todos
quero dizer os militantes,que admitir
que o papel
da cultura era
decisiva na difusão da revolução,até facilitando
um pouco o
caminho,enquanto capaz de
atrair mais pessoas
para a causa.Os militares
brasileiros fizeram tudo para matar
Vandré,porque sabiam que
a sua música
levava as pessoas
para a rua.
Diz-se que
a Marselhesa empolgou tanto
que muitas batalhas
foram evitadas pela adesão emocionada de muitos
setores de classe na
Europa, interessados em se
valer e em se beneficiar
dos valores e possibilidades contidos
na sua música e
letra.
Os comunistas
,reconhecendo tardiamente o
caráter de massa
do nazismo ,legitimaram
os seus processos de propaganda,inclusive controlando(como fez Stálin,que
não era revolucionário)a arte,a
qual é uma
forma de difusão,ainda mais
eficaz(porque permanente)de idéias.
Também a
revolução comunista sempre
dissociou a Revolução Francesa
do Iluminismo Francês,mas
um não existe
sem o outro.
Então o revolucionário
do futuro não será
alguém necessariamente apto a
empunhar um fuzil somente,mas a
manejar a cultura,a qual,como vimos,tem
um caráter de precedente preparatório de sua
eclosão eventual.
E mais
ainda,diferentemente do que
pensava um revolucionário como
Guevara,não se produz
o novo homem
da revolução depois
dela acontecer,mas antes.
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