Para a esquerda
a Segunda Guerra
e o Fascismo são
mais do que
fatos históricos.Eles representam
a confirmação de dogmas
incontestáveis e
que,portanto,valem até aos
dias de hoje.Um
dos mais renitentes
é o de que o Fascismo
apoiava a conciliação de classes e que
a esquerda a
ruptura.Com base nisso
a conciliação é de
direita e a luta de
classes democrática.Junta-se a
isto o nacionalismo
e o internacionalismo:o nacionalismo
é fascista e de
direita e o internacionalismo ,democrático e de esquerda.
Só que
ninguém vê que
o Fascismo,sob qualquer
das versões, também trabalhava
com a ruptura de classes
,com um
elemento de dissensão,que deveria
impulsionálo em defesa
de certos valores.
No caso do Fascismo italiano ,os
sindicatos e os trabalhadores deveriam ser
contidos por
uma estratégia de cooptação.Através de benefícios
ela não deveria
desejar o lugar da burguesia.
Na busca
do “ novo império romano” as potências
ocidentais(Inglaterra e França)eram
inimigas.
Do ponto de
vista da cooptação,aparentemente, os dogmas da
esquerda teriam razão,porque
ela desviaria os
trabalhadores do inevitável e
único caminho que
os aguardava,o comunismo,o
socialismo e o comunismo.
Neste sentido
a jornada
de 8 horas
patrocinada por Mussolini seria
de direita,mas hoje
este é um
ganho da esquerda,reivindicado por
ela.Seria um ganho de
direita ou de esquerda?Fascista ou
comunista?Conciliatório ou rupturista?
É fácil
destruir dogmas da
esquerda,destruir ilusões infantis.
Se nós
olharmos o nazismo
está lá um
conceito
rupturista,dir-se-ia divisivo:o racial,anti-semítico.
Portanto ,como
somos ,nós os
macacos e humanos descendentes
de um mesmo tronco,o socialismo
e o fascismo
também e é preciso
ter cuidado em não
olhar os
fenômenos históricos relacionados
com eles de forma retrospectiva,como se fossem anacronismos.
Depois do
genocídio e da segunda
guerra é que
nacional passou a ser reacionário enquanto
internacional progressista(respectivamente de direita e de esquerda).
Quem vê o
fascismo ,observa que
ele é internacional,europeu e
a URSS,durante muito
tempo,nacional (e nacionalista).
Quem observa
o desenvolvimento das
nações ,do lado
da esquerda,acha que a tendência inelutável do capitalismo é
se tornar imperialista e fascista,como
dizia ,erradamente,Lênin.Mas o
capitalismo criou os conceitos
de cidadania e república modernos,que
permitiram o crescimento da
Ciência Moderna e muitos
países francamente capitalistas
não seguiram este
caminho inevitável.Aliás ,estes,nunca
participaram do imperialismo
e são
citados mais abaixo.
Igualmente a
postura imperialista se vê na
relação entre países comunistas e países comunistas
desenvolvidos e subdesenvolvidos,num
“ internacionalismo” perverso.
Então não
é verdade que
ser nacional é ser
fascista ,que defender a
relação entre as
classes é fascista e
ser internacionalista e rupturista,progressista.
Engels errou
em dizer que a “ violência é a
parteira da história”,porque existem momentos
em que a história
avança na conciliação e
por outros fatos
que não podem ser tidos
como violentos ,como é o caso das grandes
navegações e as migrações
dos povos,pelos mais
variados motivos.
Não existe principio
absoluto em política,fórmula acabada,cabendo a quem a
analisa não cair
no dogma.
Levando em
conta o critério
ético exigível de que
a conciliação causa
menos mortes de pessoas
inocentes do que
os processos violentos,temos que
preferi-lo aos procedimentos
rupturistas,mesmo porquê ,no horizonte,não
há perspectiva de soluções
utópicas seguras,as quais,quando
tentadas ,provocaram danos
iguais ou maiores
do que aqueles
atribuídos ao capitalismo.
A menos
que alguém aí
ache que os países
divididos em classes e em paz ainda
assim,como os nórdicos e a Suíça,sejam comunistas , ou que
tenham chegado a esta posição
por pressão do
socialismo e do comunismo.
É possível
fazer uma sociedade
progressista sem a luta
de classes.
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