Para
explicar os conceitos do artigo anterior sobre a inexistência da
dialética,comungo de uma visão,desde que li na “ Dialética da Natureza” de
Engels a famosa afirmação sobre a invenção da máquina a vapor,por Hierão,na
Grécia Antiga.
Este
invento só teve repercussão,segundo Engels(cuja avaliação é correta),quando
surgiu o sistema econômico do investimento:o capitalismo.
Aduza-se
a este conceito a visão iluminista de Voltaire sobre a História da
humanidade:se os homens pudessem, ao longo do tempo, ter uma liberdade absoluta
de investigação da natureza( e conseqüentemente do corpo e da vida social),a História seria
menor e os erros e dificuldades que os causam também.
Acontece
que,como sabemos,conhecimento é poder e os poderes dominantes,estabelecidos,
sempre impedem-no.O efeito disto é que ,às vezes,intuições extraordinárias,como
a de Descartes(citada no mesmo livro por Engels)sobre a conservação da
matéria,não se realizam num período de investigação empírica inadequada e os
resultados concretos ficam perdidos,no imediato ,e só retornam quando as
condições devidas surgem.
Assim
é com a dialética.A dialética objetiva
das coisas é a continuação da visão dos filósofos racionalistas e
jusnaturalistas,que pensavam existir uma ordem e uma estrutura na natureza e
que a dialética desvelaria finalmente as leis do movimento.
Para
Marx esta circunstância seria o fim da metafísica,só que não,porque apresenta
um modelo fechado de compreensão, desmentido futuramente por novas pesquisas.Poderia
Marx ,como outros pensadores ter ido mais adiante,com os materiais de que
dispunha?O próximo artigo tenta oferecer uma resposta a esta pergunta.
Mas
em princípio,a resposta é negativa:somente com a plena liberdade de pesquisa,que harmoniza o pensamento com o trabalho empírico e que
expressa uma maturidade da humanidade na sua relação com o mundo,seria viável
encurtar o caminho.
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