segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Porque os filósofos e cientistas erram?



Para explicar os conceitos do artigo anterior sobre a inexistência da dialética,comungo de uma visão,desde que li na “ Dialética da Natureza” de Engels a famosa afirmação sobre a invenção da máquina a vapor,por Hierão,na Grécia Antiga.
Este invento só teve repercussão,segundo Engels(cuja avaliação é correta),quando surgiu o sistema econômico do investimento:o capitalismo.
Aduza-se a este conceito a visão iluminista de Voltaire sobre a História da humanidade:se os homens pudessem, ao longo do tempo, ter uma liberdade absoluta de investigação da natureza( e conseqüentemente  do corpo e da vida social),a História seria menor e os erros e dificuldades que os causam também.
Acontece que,como sabemos,conhecimento é poder e os poderes dominantes,estabelecidos, sempre impedem-no.O efeito disto é que ,às vezes,intuições extraordinárias,como a de Descartes(citada no mesmo livro por Engels)sobre a conservação da matéria,não se realizam num período de investigação empírica inadequada e os resultados concretos ficam perdidos,no imediato ,e só retornam quando as condições devidas surgem.
Assim é com a  dialética.A dialética objetiva das coisas é a continuação da visão dos filósofos racionalistas e jusnaturalistas,que pensavam existir uma ordem e uma estrutura na natureza e que a dialética desvelaria finalmente as leis do movimento.
Para Marx esta circunstância seria o fim da metafísica,só que não,porque apresenta um modelo fechado de compreensão, desmentido futuramente por novas pesquisas.Poderia Marx ,como outros pensadores ter ido mais adiante,com os materiais de que dispunha?O próximo artigo tenta oferecer uma resposta a esta pergunta.
Mas em princípio,a resposta é negativa:somente com a  plena liberdade de pesquisa,que harmoniza  o pensamento com o trabalho empírico e que expressa uma maturidade da humanidade na sua relação com o mundo,seria viável encurtar o caminho.

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