A
ilusão da dialética da natureza levou Marx a reunir todos os seus conhecimentos
enciclopédicos numa suposta interdisciplinaridade
orgânica e coerente.Mas ,na verdade, o levou a cometer erros,a partir deste vício
de origem.
Ao
falar sobre a “ interpretação” dos filósofos,como algo vazio,mostrou que
conhecia superficialmente ,e não profissionalmente, a filosofia,mas o que se
apresentava diante dele na sua época,uma metafísica(Wolf)chinfrim,preocupada
com a solução da relação alma-corpo.
Esta metafísica era uma herdeira das hesitações do racionalismo clássico,que vai aí de Descartes,chegando Vanninni ,passando por Leibnitz,Pascal,Malebranche,Mersenne,Gassendi e outros.estes racionalistas,preparadores do Iluminismo,expressaram a dúvida da razão quanto à existência de Deus,frente à natureza ,que parecia ter as suas próprias leis.Foram estes racionalistas que criaram a idéia do teísmo,do Deus absconso(Pascal),do Deus que cria a máquina natural mas nela não intervém.
Esta metafísica era uma herdeira das hesitações do racionalismo clássico,que vai aí de Descartes,chegando Vanninni ,passando por Leibnitz,Pascal,Malebranche,Mersenne,Gassendi e outros.estes racionalistas,preparadores do Iluminismo,expressaram a dúvida da razão quanto à existência de Deus,frente à natureza ,que parecia ter as suas próprias leis.Foram estes racionalistas que criaram a idéia do teísmo,do Deus absconso(Pascal),do Deus que cria a máquina natural mas nela não intervém.
As
interpretações feitas por eles desaguaram nestes conceitos essenciais do
Iluminismo,mas elas não são,de modo algum mera correia de transmissão para o
iluminismo,que ficou mais famoso,por seu engajamento social e científico(e
influência na Revolução Francesa).
As
dúvidas do racionalismo já o humanizam,mas além disto,criam filosofias
,lógicas(Port-Royal),critérios que são válidos até hoje,como a dicotomia
Sujeito/Objeto(Descartes).
Estas
interpretações não são vazias.O sistema Metafísico, diante do esgotamento natural
desta tendência dos séculos XVI e XVII,ao invés de aprofundar estas
dúvidas,resolveu se fechar e se aliar à religião que não tem ligação
obrigatória com a filosofia,mas com o poder.
Se
Marx e Engels tivessem se aprofundado no estudo profissional da
filosofia,teriam compreendido que a dúvida não é incerteza,mas conteúdo,ou
antes,que a incerteza é a regra do conhecimento,de sua obtenção(Sócrates).
A
libélula é aquele inseto que põe o traseiro na água e vai embora.Como Marx entendia
que a dialética permeava todos os saberes ele os unificava na sua mediação e
opunha o discurso filosófico à ciência do real.
Quando
entendia que o essencial da filosofia se adequava à dialética,ele a largava.Quando
o estudo da sociedade fazia o mesmo,ele a largava.Quando a política não se
coadunava ,ele a deixava de lado.A economia ficou mais tempo,porque era o meio
de se compreender as razões dialéticas reais da exploração,condição
objetiva(dialética) de sua superação.Mas mesmo assim,depois do Capital toda a
Economia desaparece diante de sua ciência “definitiva”.Os marginalistas e Keynes
foram os contestadores desta pretensão.
Como
uma libélula ele ia abandonando cada saber depois de lhe tocar um pouquinho.
Este
tipo de atitude põe a seguinte questão:o que é mais importante?O conhecimento
particular ou a dialética,que os reúne
como bem entende ou segundo suas “ leis”.
A
dialética vence a disputa e isto terá repercussões catastróficas na
ideologia(consciência falsa)base da URSS,porque se fará uma
distinção(falsa)entre ciência burguesa e socialista(dialética).Haveria uma
física socialista e uma burguesa,uma ciência econômica socialista e outra
burguesa,reacionária.Mas o pior foi a construção de uma biologia burguesa e
outra socialista,que propiciou o surgimento da figura histriônica se não fosse trágica,de
Lyssenko.Assunto para o próximo artigo.
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