Pouca gente
sabe que a última
conversa que Guevara
teve com Fídel antes de partir
para a sua
morte sagrada,foi sobre
as acusações que o
guerrilheiro fez à
China e à URSS,quanto à
conivência destas potências
com o imperialismo.
Muita gente
deverá achar que este artigo
não deveria ser feito
porque isto é uma questão ultrapassada e
sem importância,mas ela
é fundamental para o entendimento
dos descaminhos do
socialismo real.A sua compreensão
ajuda a manter no
trilho certo o
movimento moderno,que,na verdade,já desandou e precisa ser
reconstituído de modo a não repetir o passado.
Marx havia
afirmado que o comunismo
devia ser implantado
imediata e internacionalmente,de
uma vez,sendo a ditadura
do proletariado e o socialismo
fases prévias pequenas.Uma
das condições para implantação do comunismo
era o fim
do estado.
Os descaminhos
da URSS,depois de Stálin, fizeram crer
que aquele estado
monstruoso tinha a tarefa
desta implantação,mas,na verdade
ele já
era algo totalamente contrário ao
que Marx dizia.
Guevra sabia
disso.Apesar de ligados à
URSS,Fidel e Guevara sabiam que a
sobrevivência real da revolução cubana
dependeria do espraiamento da
revolução no mundo.É
aí que entra
o conceito emitido por
Guevara dos muitos Vietnãs.
Não havia escapatória para
ele,que queria apoio da URSS(sem receber)para a
industrialização de Cuba,condição
prévia histórica do comunismo.
A viagem
final de Guevara aos países
do oriente e à União Soviética era para,entre
outras coisas,modificar este
quadro.Contudo,tanto
soviéticos quanto chineses,se
mantiveram dentro de uma
política
nacional/nacionalista,dentro do
chauvinismo de grande potência que
não era mais do que
continuação do antigo regime
e da dependência destes
países “ socialistas” em
relação aos capitalistas.Preferiram a coexistência pacífica,o concerto
das nações.
Como um
país dito comunista
pode implantar o comunismo
dependendo economicamente do capitalismo?A
conivência indireta destes
países com a destruição do Vietnã é algo
que precisa ser
analisado e o analisarei pròximamente.
Mas o
que nos interessa
é ver a justeza,neste
caso,do pensamento de Guevara(não em todos).Com a sua saída de Cuba ,por imposição da URSS,a ilha ficou
como os seus mentores.
Mas,em
Guevara e Fidel
havia a esperança de que com os
muitos Vietnãs que
o primeiro desencadearia da Bolivia,a
situação revolucionária se
recuperasse.
Não acontecendo
o mundo se tornou este
que temos,de continuidade das
nacionalidades e dos internacionalismos
manipulados pelo G-8 e ainda que
seja assim,dentro de uma
perspectiva de mudança possível destas nações num sentido de
superação d a miséria e da
desigualdade não há como
não pensar em paradigmas análogos aos do guerrilheiro:não haverá
superação desta globalização perversa,que não é mais do que a
continuação do que os processos antigos de exploração
imperialista fizeram no
terceiro mundo,se este não se unir
para confrontar o
primeiro.
Embora a lógica
revolucionária não esteja
presente,o raciocínio de libertação
da sociedade moderna
obedece à constatação
já feita tantas vezes de que
a miséria global é fruto
do passado imperialista.
Mas as relações
políticas deste passado continuam aí e
precisam ser rompidas de modo que
o fato claro de que não existem só os países do G8 seja
reconhecido.Dsede a primeira
guerra mundial,uma guerra imperialista,que se tem certeza de que
se a balança dopoder
não se equilibrar em favor da
maioria pobre,a situação atual vai continuar e a utopia será algo sempre distante.
O próprio Osama
Bin Laden,na sua
autobiografia,embora
anti-comunista,usa estes pródromos
de Guevara para a sua estratégia de cansar o
imperialismo e obrigá-lo a
gastar o que
não tem até que quebre(como a conteceu na URSS na guerra
do Afeganistão).
Contudo
este conceito não é novo, vindo desde
o momento em que o imperialismo causou
as desgraças no terceiro mundo e a
guerra de 14-18.
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