Vejam este vídeo abaixo:
Estas afirmações de Stálin são falsas.De 1917
até 1958-59 a URSS vivia na completa escassez de bens de consumo.Os planos qüinqüenais ,derivados da venda do trigo da
Ucrânia ao ocidente,privilegiavam a
indústria pesada.Esta era uma tendência da época pós queda da bolsa de Nova
York,em 1929.
Na URSS de Stálin a “ coletivização pelo alto”
consagrou este princípio,às expensas dos bens de consumo.
Ao morrer, Stálin deixou uma quantidade imensa
de problemas para seus sucessores:prisões cheias;escassez;e principalmente uma
profunda ilegitimidade do regime,se não se modificasse.
Nós vemos pessoas no Brasil,por
exemplo,atribuindo o liquidacionismo do comunismo às ações de Kruschev.Que
deveria ter mantido as coisas como na época de Stálin(como é hoje na Coréia do
Norte,país farol de muita gente aqui no Brasil...).Mas isto era inevitável e
era inevitável que se ele não o fizesse a debacle do regime se daria naquele
momento mesmo.
O que ele fez?Lançou os conceitos de degelo e coexistência pacífica com o regime capitalista.A idéia de conseguir
chegar ao comunismo no Ocidente através dos parlamentos deriva deste último
conceito.Degelo significava libertar os prisioneiros dos campos de
concentração,abrandar a censura(o que não foi muito aplicado).
No final de seu governo Kruschev intentou um
tipo de multipartidarismo,mas foi apeado do poder pela burocracia criada pelo
stalinismo(muito embora ele lhe pertencesse também...).
Mas o que está por trás do conceito de “
coexistência pacífica” é a necessidade do governo soviético de se legitimar
diante do povo que já não suportava mais a falta de bens de consumo.Logo depois
de lançado este conceito as trocas comerciais da URSS com os EUA se
intensificaram,com visitas de missões comerciais estadunidenses.Neste tempo
avultou em importância a figura de Anastas Mikoyan,como o negociador da URSS.
Dentro deste contexto é que ocorre o famoso
debate da cozinha que pode ser visto neste vídeo:
Por que eu ponho estas questões aqui?Porque é
falacioso que a URSS progrediu desde o inicio sozinha,fechada,como eu ouvi
tantas vezes,em todos os lugares,inclusive em casa.Isso corrobora o que tenho
dito e o que está de acordo com a teoria
do comunismo:não há comunismo nacional,como não há país que possa se isolar,notadamente
industrial, e com uma população que busca a modernidade,uma população que não é
passiva.
A “ coexistência pacífica”, que sempre foi
rechaçada pelas viúvas do stalinismo,é ,veladamente a derrota do projeto
comunista iniciado por Lênin em 17.E a posição das referidas viúvas nem por
isso é menos derrotada.
A esperança ,e isto ,por exemplo,está no
pensamento dos revolucionários cubanos,bem como no dos comunistas ocidentais,que
depois se uniriam sob o conceito de “ eurocomunismo” era que a Revolução
Mundial se fizesse finalmente e que tirando a URSS do isolamento e de uma
possível dependência dos países capitalistas o desenvolvimento em direção ao
comunismo se realizasse por fim.
Contudo a tendência que predominou foi a da
dependência e esta marcou a vitória ocidental capitalista sobre a URSS,dentro da estratégia
elaborada pelos liberais e a direita,que numa competição extremada com a URSS a
conduziu a uma falência progressiva,no tempo de Gorbachev.
Muita gente diz que a liberação dos países do
leste por parte da URSS de Gorbachev,que retirou as tropas destas nações, foi
um gesto democrático,que acabou favorecendo as “ revoluções de veludo”,mas foi
uma resposta obrigatória do líder soviético a uma situação objetiva,que se
impunha a ele e a ela.
Hoje os chineses tão citados competem de
maneira multifacetada com o ocidente para evitar os erros da URSS.Quando Reagan
lançou a iniciativa de defesa estratégica,o projeto “ guerra nas estrelas”,a URSS não teve
mais como acompanhar o ritmo do capitalismo.