Continuando os
estudos sobre comunismo temos que ir além do problema da arrogância de resolver tudo no tempo de uma geração,como
,certa vez,afirmou Eduardo Galeano.
Na verdade,o
revolucionário é apressado porque não tem sentido aceitar as
injustiças.Injustiça se resolve e se
supera.Malcolm X disse uma vez,num discurso,que qualquer ideologia que não
apresente soluções para o problema dos negros agora ,não serve para nada.
Contudo a
complexidade dos problemas obriga o revolucionário a pensar o ato liberador da
revolução como algo que vai além do tempo de vida dele e isso é um problema
de natureza psicológica muito
sério.Poderíamos chamá-lo de “ complexo de Moisés”,aquele que sabe que ajuda a
chegar à terra prometida,mas não vai vê-la(não vai ser recompensado).
Isso é da ordem
dos problemas psicóticos,porque descola o revolucionário ,que estuda a
realidade, dela própria.É difícil para
ele tomar decisões,fazer política,dentro de um contexto limitado como
este,muitas vezes se sustendo pela esperança,um sentimento de saúde em meio à
psicose.
Quem não supera
esta psicose,quem acredita ser necessário um ato revolucionário liberador,na
verdade,quer o congraçamento,quer a comunhão da sua disposição de ajudar com o
reconhecimento do outro,do oprimido.
É um desejo de
felicidade,implícito na convicção revolucionária(comunista),que frustrado o conduz
ao desejo de morte,de sacrifício,que é o
único sentimento,diante dos fados,que oferece uma felicidade compensatória.
“ Eu fiz a minha
parte” disse Guevara ao ir à Bolivia,agora é com vocês(Betinho).Neste complexo
emocional está algo de egoísta,egocêntrico,mas também ,convivendo,o princípio
do altruísmo.
A pessoa que se
sacrifica adquire um papel mitológico,que supera a morte,mas talvez,viva,ela
pudesse dar a mesma contribuição ,e o desejo de imortalidade,da obra pessoal
que fica,surge como um desígnio de si mesmo,sem a consideração dos outros(que
talvez precisassem do revolucionário[vivo]).
Nenhum comentário:
Postar um comentário