Volto
aqui para tratar de uma personagem que tem grande influência na esquerda brasileira
e particularmente no PSOL:Rosa Luxemburg(Rosalia) começou o seu “ périplo” na
II internacional,que marcou com dissidência a sua relação com o marxismo
ortodoxo,o marxismo de Marx,tanto na política como no pensamento econômico.
Ela
é autora de uma das obras mais importantes de economia marxista,qual seja “ A
Acumulação do Capital”,obra simultaneamente crítica e continuadora em relação à
Marx.Crítica porque entendia que o capitalismo se mantinha,apesar das
crises,pela importação necessária de capitais e matérias-primas do colonialismo
europeu que conduziu à primeira guerra,a qual ela,Rosa,vivenciou teórica e
politicamente.Mas continuadora porque admitia que a capacidade de produção do capitalismo levaria
ao seu colapso,como previra Marx.Daí que José Paulo Netto,em seu livro sobre “
Stalin” da coleção Primeiros Passos,dizer que a teoria do colapso do
capitalismo,bem como o próprio stalinismo,serem frutos da II internacional,numa
afirmação muito discutível,mas que serve para muitas reflexões.
Do
ponto de vista político esta conexão não é muito admissível não,porque Rosa
Luxemburg sempre pensou associar o socialismo e o comunismo,à liberdade de palavra ,de pensamento.Uma vez teria
ela dito:” liberdade política só o é para quem pensa diferente de você”,frase
que um liberal ou um Volatire poderiam assinar.
Mas
a relação entre economia e política,tão difícil no materialismo
histórico,leva-a a cometer certos erros comuns na tradição ortodoxa,de
considerar o fim do capitalismo algo apenas econômico,com a política seguindo
os seus passos,dir-se-ia reflexologicamente .
Dentro
deste contexto é que surgiu a idéia ,escondida potencialmente ,da
inevitabilidade do comunismo,ajudada pelo conceito de um seu correligionário
Eduard Bernstein,que lançou o “ socialismo evolucionário”.
Contudo,o
mesmo comentário sobre José Paulo Netto deve ser feito sobre Bernstein:há controvérsias.Rosa
Luxemburg nunca apoiou esta idéia política,ressaltando a tomada de consciência
revolucionária.Para tanto fundou,no final da primeira guerra uma dissidência da
social –democracia,que depois se tornou no Partido Comunista Alemão,Em 1918 com a república
soviética da Baviera ,dos conselhos operários,ela intentou fazer a união da
Revolução Russa com a alemã.
Este
gesto radical teve um significado psicológico de radicalização compensatória do
erro que cometeu em 1914 ,votando,no parlamento alemão,os créditos de guerra.Não
procede a afirmação de Arcary Neto em seu livro sobre a “ origem do centrismo”de
que ela não votou.No filme de Margareth Von Trotta sobre Rosa está dito que
sim.
Dois
meses após o fim da guerra,em janeiro de 1919,no auge da luta operária,Rosa foi morta junto com Karl
Liebknecht.
Nos
anos 90 do século passado o governo alemão fez uma investigação e “ concluiu”
que o partido social-democrático conspirou para matá-la,mas isto não é uma
verdade indiscutível.O que o Partido fez foi não encampar as testes políticas radicais de Rosa,de união
com os russos,fato que Hitler usou junto aos alemães,assustando-os com o “
perigo vermelho”.Rosa,sem o saber ajudou aos nazistas.E para desmoralizar a
esquerda o conservadorismo lança estas fofocas.
E
numa visão mais realística...