sexta-feira, 27 de julho de 2018

Algumas palavras sobre Rosa Luxemburg


Volto aqui para tratar de uma personagem que tem grande influência na esquerda brasileira e particularmente no PSOL:Rosa Luxemburg(Rosalia) começou o seu “ périplo” na II internacional,que marcou com dissidência a sua relação com o marxismo ortodoxo,o marxismo de Marx,tanto na política como no pensamento econômico.
Ela é autora de uma das obras mais importantes de economia marxista,qual seja “ A Acumulação do Capital”,obra simultaneamente crítica e continuadora em relação à Marx.Crítica porque entendia que o capitalismo se mantinha,apesar das crises,pela importação necessária de capitais e matérias-primas do colonialismo europeu que conduziu à primeira guerra,a qual ela,Rosa,vivenciou teórica e politicamente.Mas continuadora porque admitia que a  capacidade de produção do capitalismo levaria ao seu colapso,como previra Marx.Daí que José Paulo Netto,em seu livro sobre “ Stalin” da coleção Primeiros Passos,dizer que a teoria do colapso do capitalismo,bem como o próprio stalinismo,serem frutos da II internacional,numa afirmação muito discutível,mas que serve para muitas reflexões.
Do ponto de vista político esta conexão não é muito admissível não,porque Rosa Luxemburg sempre pensou associar o socialismo e o comunismo,à liberdade de palavra ,de pensamento.Uma vez teria ela dito:” liberdade política só o é para quem pensa diferente de você”,frase que um liberal ou um Volatire poderiam assinar.
Mas a relação entre economia e política,tão difícil no materialismo histórico,leva-a a cometer certos erros comuns na tradição ortodoxa,de considerar o fim do capitalismo algo apenas econômico,com a política seguindo os seus passos,dir-se-ia  reflexologicamente .
Dentro deste contexto é que surgiu a idéia ,escondida potencialmente ,da inevitabilidade do comunismo,ajudada pelo conceito de um seu correligionário Eduard Bernstein,que lançou o “ socialismo evolucionário”.
Contudo,o mesmo comentário sobre José Paulo Netto deve ser feito sobre Bernstein:há controvérsias.Rosa Luxemburg nunca apoiou esta idéia política,ressaltando a tomada de consciência revolucionária.Para tanto fundou,no final da primeira guerra uma dissidência da social –democracia,que depois se tornou no Partido  Comunista Alemão,Em 1918 com a república soviética da Baviera ,dos conselhos operários,ela intentou fazer a união da Revolução Russa com a alemã.
Este gesto radical teve um significado psicológico de radicalização compensatória do erro que cometeu em 1914 ,votando,no parlamento alemão,os créditos de guerra.Não procede a afirmação de Arcary Neto em seu livro sobre a “ origem do centrismo”de que ela não votou.No filme de Margareth Von Trotta sobre Rosa está dito que sim.
Dois meses após o fim da guerra,em janeiro de 1919,no auge  da luta operária,Rosa foi morta junto com Karl Liebknecht.
Nos anos 90 do século passado o governo alemão fez uma investigação e “ concluiu” que o partido social-democrático conspirou para matá-la,mas isto não é uma verdade indiscutível.O que o Partido fez foi não encampar as  testes políticas radicais de Rosa,de união com os russos,fato que Hitler usou junto aos alemães,assustando-os com o “ perigo vermelho”.Rosa,sem o saber ajudou aos nazistas.E para desmoralizar a esquerda o conservadorismo lança estas fofocas.




Rosa numa imagem heróica...

                                                       E numa visão mais realística...