Se dá pela condição judaica de ambos,que ambos recusaram em
nome de uma universalização.Nós poderíamos fazer aqui especulações(porque só
seria isto)sobre a necessidade do judeu de sair do seu beco,do seu isolamento e
,provavelmente este fator psicológico exista.
Mas o que nos interessa analisar aqui são os fundamentos
pelos quais se busca esta universalização.No caso de Jesus o modelo universal
se escuda na dor e no reconhecimento da dor;no caso de Marx o judeu tem que
seguir o caminho de todos de se inserir na “ humanidade real”.
O que avulta em importância é que ambos defendem a diluição
do judeu na humanidade,como se não fosse assim,de fato,concretamente.Isto dá a
impressão de que o judeu,por razões próprias de seu grupo social se coloca
contra a humanidade,ou,pelo menos,se sente no direito de seguir um caminho
próprio.Uma espécie de easy rider do passado,de liberalismo radical desde
sempre.
Este paradoxo facilitou as coisas para a perseguição,para a
justificação ideológica da perseguição,criando a falsa impressão de que o judeu
não é solidário,senão com o seu próprio povo e não se sabe quem vem primeiro,o
isolamento por causa da perseguição ou o desejo de isolar pura e
simplesmente,que a gera.
Talvez por isso sejam tão repetidas as narrativas mosaicas,da
libertação do povo judeu diante do faraó(esta seria a justificativa real do
isolamento),mas desde Abraão,a propositura do patriarca é que o mundo foi
criado por eles,os judeus.
E a bem da verdade este ocidente racional e moral não é só
fruto dos gregos,mas da tradição que nasce dos judeus.
Esta diluição parece implicar para algumas figuras,como as
que estamos analisando,um sentimento,quiçá,de culpa,e de desejo de cair no
mundo,como algo certo,contraposto ao erro do isolamento.Voltarei ao tema que
é muito complexo.